♣ Viajar sem carro para a Chapada dos Veadeiros pode ser bem complicado – Acredite! Eu passei por essa experiência. No entanto, também é uma experiência gratificante. Quer entender por que? Siga lendo que eu te conto:
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♦ Como ir de Brasília até a Chapada dos Veadeiros sem carro
A Chapada dos Veadeiros fica a 230 km de Brasília, no nordeste de Goiás. Os principais atrativos da região estão espalhados entre Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, São João d´Aliança e São Jorge – onde fica a entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Apesar de parecer um lugar isolado, chegar à Chapada dos Veadeiros é mais fácil do que parece. Para quem vai iniciar a viagem de regiões mais distantes, como foi o meu caso, o trecho aéreo é a primeira parte da viagem. O aeroporto mais próximo da Chapada dos Veadeiros é o Aeroporto Internacional de Brasília (BSB).
Pra quem resolveu ir pra Brasília de ônibus, porque tá querendo economizar ou só fechou a viagem em cima da hora, recomendo a BUSER, empresa muito bem avaliada, que tem a vantagem de oferecer mais opções de pontos de embarque/desembarque do que as empresas tradicionais. Caso prefira, o site/aplicativo da CLICKBUS oferece a opção de pesquisar todas as empresas de ônibus que oferecem a rota desejada, tudo num lugar só.
Chegando em Brasília, você ainda precisa percorrer mais 220 km para chegar a Alto Paraíso de Goiás, a principal porta de entrada para a Chapada dos Veadeiros. Veja as principais alternativas:
» Carona
A maioria das pessoas alugam carro para ir de Brasíli até a Chapada. A segunda opção mais procurada são as caronas, preferida pelos viajantes que estão viajando sem carro e não tem condições ou não querem alugar um carro. Esse foi meu caso. Como estava viajando sozinho, alugar um carro sairia muito caro e não faria sentido algum.
Dito isso, a pergunta que vem a mente é: Como pegar carona de Brasília até a Chapada dos Veadeiros?
Hoje em dia, não é mais necessário ficar na beira da estrada com o polegar levantado. Já existem diversos aplicativos de carona solidária, que permitem que motoristas e viajantes, que estejam seguindo a mesma rota, possam se conectar e reservar as caronas, em troca de uma ajuda de custos. Apesar de apresentarem funcionalidades diferentes entre si, todos possuem uma boa interface, são fáceis de usar e costumam oferecer preços mais competitivos do que outros tipos de transporte.
✦ Confira também: Quais os 3 melhores aplicativos de carona solidária do Brasil?
O aplicativo que eu utilizei foi o BlaBlaCar, criado com foco nos viajantes que querem se deslocar entre cidades. O seu funcionamento é bem simples: quem quer oferecer a carona cadastra o trajeto, quantos passageiros quer levar e o horário, e a plataforma sugere o valor que cada um vai precisar pagar para compartilhar as despesas. Já quem precisa da carona pode usar os filtros para escolher a opção que desejar. O pagamento é feito diretamente ao condutor, em dinheiro.
Outra forma de encontrar carona é por meio dos Grupos do Facebook. Basta digitar na barra de pesquisa “carona solidária Chapada dos Veadeiros“, que aparecem várias opções. Confira algumas opções de grupos:
- Conexão Chapada Transporte Solidário
- Conexão Brasília – Chapada – DAS MANAS (apenas para mulheres)
- Carona Solidária Chapada dos Veadeiros
Ah, o mesmo grupo pode servir também para conseguir carona para os atrativos da Chapada dos Veadeiros. É só, na hora que for publicar uma procura de carona, escrever “São Jorge x Vale da Lua” ou “Alto Paraíso x Santa Bárbara”, por exemplo. Se alguém estiver pela região nos mesmos dias que você e for para esses lugares, te oferecerão a carona.
» Ônibus
De Brasília até a Chapada dos Veadeiros, a única empresa de ônibus que faz o trajeto é a REAL EXPRESSO, mas se liga que a disponibilidade nesse trecho não é muito grande, por isso é interessante se programar com antecedência. Além disso, o ponto final fica no centro de Alto Paraíso. Se o seu destino final for São Jorge ou Cavalcante, a opção vai ser procurar caronas ou serviços locais de táxi.
» Agências
Para quem busca mais comodade e praticidade, mas está sem carro, a melhor forma é contratar uma agência de turismo ou excursão. Fechando o passeio antecipadamente você fica mais tranquilo, porque já sabe que, ao chegar em Brasília, vai ter um veículo te esperando pra levar direto pra Chapada dos Veadeiros.
Além disso, a própria agência ou guia vai se preocupar com toda a logística dos passeios, hospedagem e alimentação. Definitivamente, se você tiver espaço no seu orçamento, vai ser um dinheiro bem gasto. No final do artigo, vou passar os contatos de alguns guias e/ou agências que atuam na região.
♦ Como se locomover dentro da Chapada dos Veadeiros sem carro
Na Chapada dos Veadeiros não há serviço de transporte público, táxi e nem aplicativos de mobilidade urbana, como UBER. A maioria das cachoeiras são bem distantes umas das outras e dos centros urbanos. A únca alternativa para quem está sem carro e não contratou uma agência/guia é se deslocar por meio de caronas.
» Como se deslocar entre Alto Paraíso e São Jorge?
Os moradores locais costumam dar carona com frequência, assim como muitos locais costumam pegar carona também. Por isso há pontos de carona estratégicos distribuídos pela Chapada. Os principais ficam em pontos de ônibus na beira da Rodovia que conecta Alto Paraíso e São Jorge, sempre na saída de um distrito em direção ao outro. O que eu mais utilizei fica bem em frente à primeira entrada para a Vila de São Jorge, no sentido de quem vem de Alto Paraíso. Tem uma placa lá onde tá escrito “ponto de carona“.
Uma dica importante é se atentar para os horários de carona. O fluxo maior de carros se deslocando entre as duas regiões é no horário de trabalho, geralmente bem cedo, antes das 9 horas da manhã e já no final da tarde, em torno de 18 horas – recomendo que pergunte aos moradores, que eles saberão informar melhor.
Fora desses horários, fica mais difícil, principalmente se for dia útil. A Chapada dos Veadeiros tem a visita de turistas todos os dias independente de ser feriado ou não, mas saiba que os turistas estão menos dispostos a dar carona. Seja por estarem com o carro cheio ou por não estarem acostumados com essa situação. Então não desanime se um motorista de um carro lindo e cheio de espaço vazio passar por você, olhar nos seus olhos e passar direto. Faz parte. Você só precisa que uma pessoa pare. Não importa se outros dez, vinte carros passarem direto.
» Como se deslocar até os atrativos?
E para ir até os atrativos, como fazer? Bom, vimos como se deslocar entre as cidades. Para seguir para os atrativos é um pouco mais complicado. Existem 4 formas diferentes e eu tive a oportunidade de experimentar todas elas!
- Caronas
- A pé
- Bicicleta
- Guia/Agência
I. Visitando os atrativos de Carona
Pra chegar nos atrativos de carona, você tem três opções:
- a primeira é fazer amizade durante a sua viagem, trocar contatos e depois combinar a ida a algum atrativo. Foi o que eu fiz pra conseguir chegar até as Cachoeiras do Quilombo Kalunga: Santa Bárbara, Capivara e Candaru. Tive a oportunidade de fazer amiade com um simpático casal de Curitiba, quando estava subindo para ver o por do Sol no Bar do Mirante. Trocamos contato e, além de pegar carona com eles até Cavalcante – local mais díficil de chegar via caronas – fizemos o passeio juntos e foi tudo ótimo!
- a segunda opção é ficar no ponto de carona esperando. Assim que alguém parar, pergunte para onde está indo. Se for algum atrativo do seu interesse, se junte a eles. Eu não quis fazer isso, porque prefiro estar no controle para onde vou, mesmo que tenha mais um ou dois planos alternativos;
- a terceira opção é parecida com a segunda, mas dessa vez ao invés de ficar dependendo do destino dos outros, nessa você vai até mais próximo possível do seu destino. Como assim? Por exemplo, quando eu estava em São Jorge e queria ir para a Cachoeira do Cordovil, que fica na Fazenda Volta da Serra, na Estrada que liga São Jorge e Alto Paraíso, eu fiquei no ponto de carona, no sentido Alto Paraíso e esperei. Peguei carona com o primeiro carro que passou indo pra Alto e saltei na entrada para a Fazenda. Como ainda tinha um bom chão de terra pra percorrer, fui andando tranquilamente, pois sabia que qualquer carro que passasse estaria indo para a Cachoeira também. Por ser estrada de terra, os carros passam mais devagar e fica mais fácil interagir com os motoristas. Mesmo sendo segunda feira e com pouco movimento, consegui uma carona com uma família super simpática e acabei fazendo o passeio todo com eles. Aliás eles administram o Complexo de Cachoeiras dos Veadeiros, um lugar muito lindo e que vale a pena visitar;
II. Visitando os atrativos a pé
O único lugar que eu recomendo a ida a pé é o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e somente se você estiver hospedado em São Jorge!
Digo isso porque tive duas experiências completamente diferentes: a primeira foi logo no primeiro dia de viagem. Tive a brilhante ideia de ir do meu acampamento, que ficava na beira da Rodovia que liga Alto Paraiso e São Jorge, até o cume do Morro da Baleia, um dos atrativos da Chapada dos Veadeiros. Olhando pelo mapa parecia próximo, apenas alguns quilômetros, mas na prática foi bem mais complicado. Andar no acostamento da Rodovia debaixo do Sol, pisando em asfalto quente, com carros passando a mais de 100 km/h e sabendo que quando chegasse no destino ainda teria que percorrer uma trilha não é um cenário nada agradável, concorda? Pra piorar, o dia já estava chegando ao fim e a trilha, apesar de curta, era íngreme e extremamente desgastante. Na volta não cometi o mesmo erro e retornei de carona rs.
A segunda experiência a pé que tive foi bem mais tranquila e é a que recomendo! Quando estava hospedado em São Jorge, tive a oportunidade de ir a pé até o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Foi super tranquilo. A vila é bem pequena e a estrada que sobre para o parque é bem curta. Até pra quem está de carro é recomendável ir a pé. Assim você economiza no estacionamento e evita se estressar procurando vagas em dias de lotação.
III. Visitando os atrativos de bicicleta
Esta, sem dúvidas, é a forma mais divertida de visitar os atrativos! Você consegue alugar bicicleta tanto em São Jorge, quanto em Alto Paraíso. Eu aluguei quando estava em Alto Paraíso e recomendo o Paraíso das Bikes – a minha experiência foi ótima – eles dispõe de bicicletas ótimas e várias opções de aluguel – no caso eu aluguei por dois dias e acabei pagando mais barato por ter pego na metade do dia já.
Agora que já sabe onde alugar, basta escolher o destino. Eu optei por dois atrativos próximos, onde eu pudesse mesclar parte no asfalto e parte na terra batida. Os lugares escolhidos foram Fazenda São Bento (Cachoeiras Almécegas I e II) e Complexo Loquinhas.
Loquinhas fica bem perto de Alto Paraíso, aproximadamente 5 km, mas não se engane, são 5 km em estrada de terra, cheio de sobes e desces e muitas pedras. Só é recomendável pra quem tem bom preparo físico e tem costume de andar de bicicleta! Chegando lá, basta prender a bicicleta em alguma árvore (eles disponibilizam cadeado na loja de aluguel) e seguir a trilha, que é bem fácil.
Já, para chegar até a Fazenda São Bento de bike, partindo de Alto Paraíso, são 13 km de asfalto e depois mais alguns de estrada de terra, sendo a maior parte subida – a melhor parte é que depois tudo é descida! Tanto na Cachoeira São Bento, quanto na Almécegas II, você consegue chegar de bike bem próximo à Cachoeira. Muito bacana!
Outros atrativos que acredito ser tranquilo de ir de bicicleta partindo de São Jorge ou Alto Paraíso são: Cachoeira do Cordovil Cachoeira dos Cristais, Cachoeira Água Fria e Vale da Lua.
III. Visitando os atrativos com uma agência ou guia
Deixei por último a maneira mais fácil de visitar os atrativos da Chapada dos Veadeiros. Por lá há muitas agências de turismo e muitos guias. Basta escolher um e combinar o passeio. A maioria dos guias dá duas opções para os viajantes: ir com o carro do guia (nesse caso ele te busca onde você estiver) ou você ir com seu próprio carro e levar o guia junto. Obviamente a segunda opção sai mais barato, porque os guias cobram pelo gasto com combustível.
Em alguns passeios é obrigatório a presença de um guia credenciado e em outros é recomendável devido a dificuldade de chegar até o atrativo, por conta das péssimas estradas de terra, algumas só acessíveis por veículos com tração nas 4 rodas, conhecidos como veículos 4×4. De qualquer forma a presença do guia sempre acrescenta em termos de segurança e aprendizado sobre o bioma local.
Eu fiz 4 passeios diferentes com 4 guias diferentes – todos ótimos guias – Deixarei o contato deles ao final do artigo!
O primeiro, com o Guia Fernando Castor, foi para a Cachoeira do Segredo e Vale da Lua. Em ambos não é obrigatório a presença do guia e as trilhas são muito fáceis. A questão aqui era a dificuldade de chegar aos atrativos sem carro. Eu poderia procurar uma carona, mas como era meu segundo dia na Chapada e não tinha nada programado, resolvi garantir esse passeio fechando com o guia na noite anterior.
O segundo passeio que fiz com guia foi para as Cachoeiras do Quilombo Kalunga: Santa Bárbara, Capivara e Candaru. Nesse caso é obrigatório a contratação de um guia local da comunidade quilombola. Eu concordo com essa obrigatoriedade. Para muitos quilombolas, o turismo é a única fonte de renda e são eles que há dezenas de anos preservam e protegem o local. Você tem, ainda, a opção de escolher o guia da sua preferência. Quem me acompanhou foi a simpática Guia Thamara. Infelizmente não peguei o contato dela.
O terceiro passeio foi para a Cachoeira do Dragão, guiado pelo Guia Marcelo. Lá também é obrigatório a presença do guia, o que faz sentido, já que se trata de um lugar totalmente selvagem, com travessias por rios – inclusive a nado – com risco de quedas de rochas, hiportemia e acidentes com animais peçonhentos.
No quarto e último passeio guiado, apesar de não ser obrigatória a presença do guia, o local era muito afastado. Fomos para a Catarata dos Couros no veículo de um dos clientes, com o Guia Charles. O lugar é incrível e vale muito a pena. A presença de um guia ainda facilitou a escolha da melhor forma de percorrer a trilha e a reserva de um almoço ao final do passeio.
Resumindo, se você estiver de carro e tiver experiência em dirigir em estrada de terra e fazer trilhas por conta própria, não há necessidade de contratar um guia, exceto se for obrigatório claro. No entando, tenha em mente que, ao contratar um guia local você está incentivando a economia local e ainda tem a oportunidade de conhecer mais sobre a região e seus costumes, além de visitar os atrativos com uma visão completamente diferente do que teria se fosse por conta própria.
Para quem não se importa com qual guia seja, apenas que consiga fechar um passeio mais em conta, recomendo que vá aos Centros de Apoio ao Turista – CAT – todos os distritos da Chapada contam com um – e conversem com os funcionários e guias no local. Lá você tem acesso aos preços dos passeios, mapas e pode informar onde deseja ir pra ver se consegue se encaixar em algum grupo que vá para o mesmo lugar. Os guias tem um grupo de whatsapp onde se comunicam para facilitar o encaixe dos turistas nos passeios.
♦ Contato e redes sociais de guias
Contato dos guias, agências e lojas citados nesse artigo:
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- instagram: @castorguiachapada
- telefone: (+5561)99921105
- instagram: @charlesguia_
- telefone: (+5562)99453996
Espero que tenha curtido o post e tirado suas dúvidas sobre como viajar sem carro para a Chapada dos Veadeiros. Pode ter certeza que essa será uma viagem incrível! Se tiver mais dúvidas, fique à vontade para comentar aqui no post!
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