Cachoeiras Santa Bárbara, Capivara e Candaru: o que fazer na Chapada dos Veadeiros

♣ Veja aqui tudo que você precisa saber sobre as Cachoeiras da Comunidade Kalunga: Santa Bárbara, Capivara e Candaru, atrativos da Comunidade Quilombola Kalunga do Engenho II, em Cavalcante.

Com certeza você já viu fotos da Cachoeira da Santa Bárbara, enquanto pesquisava sobre a Chapada dos Veadeiros na internet. A cachoeira é uma das queridinhas e, talvez, o atrativo mais visitado de toda a Chapada e não é pra menos.. ela é mesmo muito especial! Continue lendo que vou te explicar o porquê:

♦ Onde fica e como chegar à Comunidade Kalunga

As Cachoeiras Santa Bárbara, Capivara e Candaru são um complexo de cachoeiras dentro da comunidade quilombola Kalunga do Engenho II. O povoado é muito distante de tudo. Fica próximo ao centro da cidade de Cavalcante, a 130 km  de Alto Paraíso, sendo 29km de estrada de terra.

Apesar de ser menos conhecida que suas vizinhas Alto do Paraíso e Vila São Jorge, Cavalcante abrange cerca de 60% do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, possuindo mais de 100 cachoeiras já catalogadas e muitas outras ainda inacessíveis.

Você só vai conseguir chegar lá de carro ou pegando carona. Digo isso, pois, como é obrigatório a contratação de guia local do povoado, não recomendo contratar um guia “de fora”. Por isso descarto a opção de ir com o carro do guia.

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Se estiver de carro, clique aqui. Esse link vai abrir seu aplicativo de navegação com a rota já programada para o CAT – Centro de Apoio ao Turista – dentro da comunidade quilombola (caso não tenha aplicativos para essa finalidade, recomendo baixar Waze ou Google Maps).

✦ Veja também: Chapada dos Veadeiros sem carro: aprenda como se virar

♦ Trilhas e atrativos da Comunidade Quilombola Kalunga

Ao chegar na comunidade quilombola, os carros deverão permanecer estacionados no CAT – Centro de Apoio ao Turista. Para começar, é importante saber que o acompanhamento de um guia local é obrigatório na região. Em média, cada condutor cobra R$ 200 por grupo (Abril/2022).

Então, o primeiro passo é se dirigir ao CAT, comprar os ingressos – confira o valor atual aqui – e escolher um dos guias locais que ficam por ali mesmo aguardando os visitantes. 

Em seguida, já com o serviço contratado (o pagamento é feito após o passeio), você, seu grupo e o guia vão conversar e decidir qual será a ordem dos passeios. Isso é muito importante, podendo fazer a diferença entre ficar horas numa fila de espera pra visitar uma cachoeira lotada ou ter as cachoeiras só para você. Também, nesse momento, o guia vai sugerir que você reserve o almoço pós passeio. Sugiro que faça! O almoço na casa dos moradores locais do povoado é um dos melhores que tive a oportunidade de experimentar ao longo de toda a minha viagem na Chapada dos Veadeiros!

Após essas breves considerações, falarei mais a seguir sobre cada uma das cachoeiras, individualmente, para que você possa decidir qual cachoeira visitar e em que ordem:

» Trilha da Cachoeira Santa Bárbara

Pra chegar até a Cachoeira Santa Bárbara, primeiro você tem que andar 1 km até o local de onde parte o transporte, que muitos conhecem como “pau-de-arara”, mas que na verdade são veículos que os moradores locais usam pra transportar os turistas até próximo das cachoeiras, sob a cobrança de uma taxa por trecho percorrido – o valor é pago em dinheiro na mão do motorista (R$ 10,00 em Abril/2022)

Os visitantes deverão assim seguir a pé até o início do traslado da comunidade que faz transporte em estrada que só passa carros traçados 4×4, trajeto que dura aproximadamente 5km.

A condução vai te levar até determinado ponto. A partir daí são mais 2 km de trilha, ida e volta – até a cachoeira. A trilha é leve, mas totalmente exposta ao Sol. A parte mais difícil é logo no início da trilha, que você precisa atravessar um rio, que dependendo da época do ano pode estar mais ou menos cheio.

Em determinado ponto da trilha, ela começa a ficar mais fechada, entrando na floresta. Em seguida, você dá de cara com a Cachoeira Santa Barbarinha, versão miniatura da Cachoeira Santa Bárbara. Infelizmente, por motivos de preservação, o banho nela, na e´poca que estive lá, estava proibido, mas vale a pena tirar uma foto!

Seguindo adiante, logo a frente, está um dos cartões postais da Chapada dos Veadeiros, a Cachoeira Santa Bárbara. Com aproximadamente 30 metros de queda livre, a cachoeira possui um poço incrível com diversos tons de azul-turquesa e águas cristalinas, lembrando uma piscina com fundo de areia!. Realmente um verdadeiro oásis em meio ao cerrado. Para quem gosta de mergulhar e tirar fotos, esse é o lugar ideal. 

» Trilha da Cachoeira Capivara

A Trilha da Cachoeira Capivara é a única em que não é preciso pegar transporte, porque é bem próximo ao centrinho do povoado. Além disso, por ser menos visitada, não tem as mesmas restrições que na Cachoeira Santa Bárbara – exceto quando a procura é muito grande. Nesse caso, o limite de 1 hora no local é válido para ela também. Por isso, ela é a preferida dos moradores locais! 

Do Centro de Apoio ao Turista – CAT, até a trilha é uma caminha de aproximadamente 2 km em estrada de terra. A trilha, em si, é bem fácil e bem curta, são apenas 200 metros de extensão até chegar aos primeiros poços, mas tem alguns trechos mais chatinhos, com descidas mais íngremes e trilha por entre as pedras do rio.

Pouco antes da descida que dá acesso à Cachoeira Capivara, tem uma queda menor, muito bonita também, chamada Cachoeira Capivarinha, por parecer uma versão miniatura da outra. Se você der sorte e pegar a época certa, ainda dá pra curtir uma jacuzzi natural, formada por uma cavidade circular na rocha, bem de frente pra essa cachoeira! É sensacional!

Depois e uma breve, mas íngreme descida, tem um mirante com vista para a Cachoeira Capivara e, logo em seguida, descendo mais um pouco está seu enorme poço, formado pelo encontro do Rio Capivara com o Córrego Tiririca. As águas, em tons verde-esmeralda-translúcido, então, seguem para um cânion gigante, com uma vista de tirar o fôlego. Antigamente não tinha nenhuma proteção, hoje já possui uma corda para isolar a beira.

Ao lado da Cachoeira Capivara, com uma queda d’água de quase 80 metros, que desliza sobre as rochas, formando uma cortina de água, ainda tem uma outra queda em 90 graus, proveniente do Córrego Tiririca, que lembra um chuveirão natural.

No retorno da Cachoeira, muitos visitantes ainda dá uma parada no Poço do Peixe, uma piscina natural com uma pequena prainha, que tem esse nome por conta de uma grande pedra em formato de peixe, bem no meio do poço.

» Trilha da Cachoeira Candaru

A Cachoeira Candaru é menos conhecida que as anteriores, pois muitos visitantes abrem mão de visitar o local, pelo fato de ser mais distante do que as outras e tomar algum tempo em estrada de terra.

Assim como na Cachoeira Santa Bárbara, também é preciso pegar um translado pago até essa trilha. A trilha, em si, é bem leve e curtinha, são apenas 300 metros de extensão.

As águas da Cachoeira Candaru deslizam sobre mais de 70 metros pelas pedras e criam piscinas naturais em dois níveis, ideais para nadar com segurança, visto que há uma parede de pedras que protege o local. A água é verde esmeralda, bem transparente e conta com dois grandes poços e duas grandes quedas. 

♦ Curiosidades sobre a Comunidade Quilombola

O Quilombo Kalunga é, como o próprio nome sugere, uma reserva territorial de propriedade de descendentes de escravos fugidos e libertos das minas de ouro do Brasil Central. Trata-se de uma das comunidades autossuficientes que viveram mais de duzentos anos isolados em regiões remotas próximas à Chapada dos Veadeiros.

Apesar de ser uma comunidade rudimentar, sem muitos dos recursos encontrados em Cavalcante (bancos, farmácias etc.), o Quilombo Kalunga é muito acolhedor e preserva o legado cultural de seus ancestrais. Logo, você pode unir a aventura das trilhas e da cachoeira com aprendizado cultural!

É uma das maiores remanescentes quilombolas do Brasil, que fica localizada na região da Chapada dos Veadeiros, formando e constituindo sua cultura a mais de 300 anos. Primordialmente essa comunidade vive hoje a base de turismo. A arrecadação dessa renda é revestida em preservação ambiental e sobretudo sustento familiar e manutenção da cultura local. Kalunga significa lugar sagrado, de proteção. Portanto muito respeito por esse povoado de grande força.

Aproveite a visita para conhecer mais da cultura e culinária local. Almoce na comunidade Kalunga, sem dúvida o melhor local para almoçar na região. Todos os alimentos são orgânicos, com opções de carne ou veganas. Frutas do cerrado e comídas típicas. O fogão é a lenha dando aquele gostinho especial. Uma grande experiência gastronômica, riqueza da região da Chapada dos Veadeiros.

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Espero que tenha curtido o post e tirado suas dúvidas sobre essa trilha. Se tiver mais dúvidas, fique à vontade para comentar aqui no post! Um grande abraço e que nossos caminhos se cruzem pelas trilhas da vida!